Na tarde deste sábado (21), a Polícia Civil, por meio do Grupo Tático Especial (GTE), cumpriu um mandado de prisão temporária contra o namorado de Yanny Marry Barreto, 28 anos. Ela foi encontrada morta com sinais de violência na residência onde morava, em Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba. As investigações apontam indícios de que ele poderia ser o executor do feminicídio, já que uma testemunha teria o visto deixando a casa da vítima um dia antes do corpo ser encontrado.
O caso teve início no último domingo, 15 de outubro de 2023, quando Yanny Marry Barreto foi encontrada morta. A Polícia Civil deu início às investigações. Diversas testemunhas foram ouvidas e perícias foram realizadas.
O suspeito, que é namorado da vítima, foi preso no curso das investigações, e segue aguardando a audiência de custódia. O cumprimento do mandado foi baseado em informações de uma testemunha.
Entretanto, o advogado de defesa do suspeito, Claudenildo Pereira, argumenta que há evidências em vídeo que demonstram a presença de seu cliente na cidade de Fortaleza na manhã do dia 14. Ele alega que a prisão temporária é ilegal e arbitrária.
"Deve ter sido alguma falha nas inivestigações, ou a demanda que está alta, ou o caso que é muito complexo e não teve o cuidado de averiguar, mas nós temos um vídeo lá nos autos que mostram o mesmo na manhã no dia 14 na cidade de Fortaleza. Está sendo dado o cumprimento e nós não iremos, de forma alguma, deixar de contribuir com o trabalho da Polícia Civil, mas iremos, logicamente, buscar a revogação dessa prisão que é ilegal e digo que um tanto arbitrária", disse.
Os delegados Antônio Netto e Ana Valdenice informaram que as investigações prosseguirão para buscar esclarecimentos sobre o caso. A população também pode contribuir com informações entrando em contato pelo número 197, com a garantia de que sua identidade será preservada.
As investigações
A delegada destacou a complexidade do crime e as primeiras medidas tomadas pela polícia para investigar o ocorrido. Ela mencionou que desde os primeiros momentos, houve ações de investigação, incluindo a realização de perícia no local do crime, levantamento de vestígios e depoimentos de testemunhas.
Um dos aspectos intrigantes do caso é a ausência de sinais de arrombamento na residência de Ianny Marry. A delegada explicou que, de acordo com as evidências, a pessoa ou pessoas responsáveis pelo crime provavelmente eram conhecidas da vítima, já que não houve arrombamento. Além disso, a presença de sinais de luta corporal no quarto da vítima levanta perguntas sobre por que vizinhos não ouviram barulhos ou pedidos de socorro.
Ana Valdenice explicou que o tumulto inicial na residência, causado por populares, prejudicou a preservação do local, o que pode dificultar a obtenção de vestígios relevantes. No entanto, a polícia está trabalhando em conjunto com a perícia para coletar todas as informações possíveis.
A delegada foi cautelosa em relação a detalhes específicos sobre o crime, como a questão de agressões sexuais. Ela ressaltou que aguarda os resultados dos laudos periciais, que farão parte do inquérito policial e, a partir disso, mais informações poderão ser divulgadas.
Durante as investigações, a polícia ouviu depoimentos do namorado atual de Ianny Marry e de seu ex-companheiro, ambos se apresentaram voluntariamente e colaboraram com os exames necessários para a investigação. O celular da vítima foi encontrado no local do crime e está sendo analisado.
A delegada enfatizou a importância do respeito nos relacionamentos e encorajou as mulheres a buscarem ajuda e a saírem de relacionamentos que as tornem vítimas de violência. Ela ressaltou que o relacionamento deve ser saudável e que o amor não deve causar sofrimento.
Por fim, a delegada Ana Valdenice pediu a colaboração da população, incentivando quem possua informações relevantes a entrar em contato com a polícia através do Disque Denúncia no número 197. Ela assegurou que a identidade das testemunhas será mantida em sigilo.
Denuncie
Se você sofre ou presenciou algum tipo de violência contra as mulheres, denuncie. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que presencie alguma agressão, pode pedir ajuda por meio do telefone 190, da Polícia Militar.
Na Paraíba, as denúncias podem ser feitas também em qualquer uma das Delegacias da Mulher (Deam) espalhadas em todas as regiões, além do plantão 24 horas na Deam Sul de João Pessoa, que funciona na Central de Polícia.
Além desses locais, o denunciante poderá utilizar os telefones 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar, para chamado de urgência) ou o 180 (número nacional de denúncia contra violência doméstica). Outra opção é fazer um registro da denúncia através da delegacia online no endereço: www.delegaciaonline.pb.gov.br
Denúncias de violência contra mulheres também podem ser feitas pelo WhatsApp. Para isso, basta enviar uma mensagem para o número (61) 9610-0180 pelo aplicativo ou pelo link https://wa.me/556196100180?text=oi.
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